Movi montanhas, derrubei muros e cruzei barreiras. Tudo por motivos dos quais não me recordo, que parecem parte de um tempo distante, remoto. Colecionei ressentimentos, colhi ingratidão onde plantei compaixão, sofri por palavras duras e falsas de quem pensei ser amigo. Fiz e falei de tudo por aquilo que hoje não parece fazer sentido.
Decidi. Aprendi que algumas pessoas não merecem dedicação. Aprendi que a raiva e a dor só vão ferir a mim mesma, que senti-las vai fazer de mim infeliz e nenhum efeito surtirão em quem feriu. Corri, caí, ergui-me sofregamente. Lutei e chorei, mas hoje deixo minhas armas aos meus pés, chuto-as para longe. Percorro uma trilha de cada vez, não penso demais diante de bifurcações, faço escolhas tal como fazia antes. Não tenho pressa, não espero de ninguém o que faço por eles, apenas faço e aceno em despedida, sem alimentar idealizações. Se for para ser, esbarrarei com eles mais na frente, com aqueles que amo e que me amam.
Cresci. Dispenso discussões, entendo que, no final, todos colherão o que plantam, e talvez a colheita venha saudável de outra lavoura, não daquela onde plantei. No final, sei que estarão comigo aqueles que me farão bem, não aqueles que espero que o façam.
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