Ele tem o sorriso mais bonito, aquele de lábios estreitos unidos numa linha tênue. Aparece uma covinha no canto da bochecha sempre que sorri. Os olhos bem profundos se confundem com a gentileza do rosto tranquilo, mas, ao mesmo tempo, distraído. Uma tranquilidade distraída. É isso o que emana dele. De longe, é um cara legal. De perto, muito mais. Eu fantasio que o conheço muito bem, só porque, uns dias atrás, nós nos falamos por quase meia hora em mais uma das relações burocráticas cotidianas de celebração de contratos. Eu e ele, separados por um balcão. E ali estava ele, há alguns minutos, do outro lado da livraria. Ele me olhou. Aparentemente me reconheceu, porque deu um sorriso tímido, daqueles que são acompanhados pelos olhos. Devolvi. Como um sopro. Depois nunca mais o vi.
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