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sexta-feira, 30 de março de 2012
Rodas-gigantes
Não sei, existe algo sobre as rodas-gigantes. Algo que não se pode revelar, algo indescritível, tão mágico e íntimo que não se pode destacá-lo sem que perca parte do encanto. Sempre fui muito apaixonada por rodas-gigantes, desde a infância em parques de diversão de pracinha. Se tivesse uma roda-gigante, eu sabia muito bem em qual brinquedo iria por último. É, por último, porque o grand finale é um deleite do qual não me privo.
A sensação de ser tão pequeno quanto você possa se sentir, não como uma constatação de minimalismo, insignificância, mas de individualidade, de importância, por fazer parte de um mundo tão maior que a própria roda-gigante. Eu sempre pensava muito sobre essa noção de ser uma parte (ainda que pequena) de um todo magnífico e infinito. É, pensava nisso enquanto chegava ao topo e balançava os pés pendurados a tantos metros de altura, espiando as pessoas, que, dali de cima, cabiam entre dois dos meus dedos. Ali, no alto, eu podia me sentir maior do que as crianças que corriam lá embaixo, mas jamais seria maior do que o mundo, do que o céu estrelado sobre minha cabeça. A sensação era e ainda é incrível. Existe algo sobre rodas-gigantes, e por mais palavras que venham à mente quando penso sobre isso, nenhuma delas faria jus algum.
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