About Me

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Um desabafo



Movi montanhas, derrubei muros e cruzei barreiras. Tudo por motivos dos quais não me recordo, que parecem parte de um tempo distante, remoto. Colecionei ressentimentos, colhi ingratidão onde plantei compaixão, sofri por palavras duras e falsas de quem pensei ser amigo. Fiz e falei de tudo por aquilo que hoje não parece fazer sentido.

Decidi. Aprendi que algumas pessoas não merecem dedicação. Aprendi que a raiva e a dor só vão ferir a mim mesma, que senti-las vai fazer de mim infeliz e nenhum efeito surtirão em quem feriu. Corri, caí, ergui-me sofregamente. Lutei e chorei, mas hoje deixo minhas armas aos meus pés, chuto-as para longe. Percorro uma trilha de cada vez, não penso demais diante de bifurcações, faço escolhas tal como fazia antes. Não tenho pressa, não espero de ninguém o que faço por eles, apenas faço e aceno em despedida, sem alimentar idealizações. Se for para ser, esbarrarei com eles mais na frente, com aqueles que amo e que me amam. 

Cresci. Dispenso discussões, entendo que, no final, todos colherão o que plantam, e talvez a colheita venha saudável de outra lavoura, não daquela onde plantei. No final, sei que estarão comigo aqueles que me farão bem, não aqueles que espero que o façam.

Fatídico


Tendências não me atraem, prefiro o mistério ainda inexplorado do supostamente obsoleto

Cachorros


Não sei, cachorros são incríveis. Outro dia eu estava realmente triste sobre alguma coisa e fui sentar perto da minha sofia. De alguma maneira, ela sabia que eu não estava bem. Ficou meio quieta - nada típico dela - por um tempo e me olhou como se fosse mesmo falar alguma coisa. Então ela lambeu meu dedão do pé e começou a correr ao meu redor, parando de vez em quando e abanando o rabo, a bunda pra cima, o dorso arqueado. Eu tive que rir, comecei a rir loucamente, e ela adorou, como se pensasse ‘Finalmente eu te fiz feliz de novo’.

Obs: Esse texto eu escrevi dia 6 de Abril do ano passado. Sofia ainda tava viva e feliz, correndo pelo terreno, louca como sempre. Eu não sei bem o dia em que ela morreu, porque meus pais tentaram me proteger da notícia por alguns dias depois do dia. Mas ela vai ser pra sempre a minha preta louca, insubstituível. 

Meu riso


A gente poderia fugir por cinco minutos. Por cinco minutos, só nós dois, mais ninguém. Qualquer lugar, paisagem, música, qualquer roupa. Sorrir como só a gente sabe sorrir um para o outro. Sorrisos que são só nossos. De mãos dadas, como sempre, ou como de vez em quando. Tanto faz. Você com as suas manias, eu com as minhas birras. Sem objeções bobas, prometo. Sabe, tudo bem se não for perfeito, porque eu me apaixonei por todas as nossas imperfeições. Gosto que sejamos imperfeitos e mutáveis juntos. Gosto especialmente das suas mãos nas minhas, dos seus lábios contra a minha pele e gosto também de como nos evitamos de vez em quando, porque a reconciliação é sempre recheada de risos. Seu riso, o meu riso quando ouço o seu.